RENOVAMENTES

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Construtivismo Russo

O Construtivismo foi uma corrente artística de vanguarda inicialmente influenciado pelo Cubismo e pelo Futurismo. Se relacionava aos novos materiais e tecnologia, tendo influenciado artistas na Europa, especialmente na Alemanha, na escola Bauhaus de Arquitetura e Arte Aplicada, que valorizava a arte de projetar – edifícios, móveis, produtos, etc. – valorizando a simplificação e a unidade entre forma e função.

Teve início a partir do “Manifesto Realista” definido pelo escultor Naum Gabo, era dirigido a artistas, escultores, pintores, músicos, enfim a todos que tinham na arte sua fonte de exaltação e razão de suas palavras e ações.

Gabo sentiu que vivia uma época de profundas transformações na cultura e na civilização e se perguntava o que a arte traria para aquela nova era que se iniciava. Ele sabia que os Cubistas e os Futuristas tentaram tirar as Artes Visuais do passado, mas não conseguiram realizar os ideais de reconstrução e reedificação que a Revolução desejava. Os Cubistas apenas simplificaram a técnicas representativas, enquanto que os Futuristas fizeram alarde, belos discursos, mas usavam rótulos já gastos, como “patriotismo”, “militarismo”, etc.

O autor tinha como base a questão do tempo e espaço serem as únicas verdades sobre as quais a vida é construída e, consequentemente, que a arte também deveria ser assim construída. A realização da percepção do mundo deve ser o único objetivo das artes plásticas e da pintura. As obras de arte deveriam ser construídas como o engenheiro constrói pontes e o matemático suas fórmulas: com olhar preciso e espírito correto.

Naum Gabo define então os princípios básicos da nova técnica construtiva: renuncia a cor como elemento essencial da pintura, renuncia o valor descritivo das linhas, renuncia o volume e afirma a profundidade, renuncia a massa e afirma o espaço e principalmente renuncia a arte estática, imóvel e afirma um novo elemento, os ritmos cinéticos. Para ele a arte deve estar onde quer que a vida esteja atuando e fluindo: no trabalho, no banco, no laser, nas férias, em casa ou fora dela, em todo lugar, para que a chama da vida na se apague na humanidade. Não questiona nem analisa o passado nem o futuro, que são vistos como um sonho romântico. É preciso viver o Hoje. O dia presente deve ser o objetivo e o objeto da arte.

Depois da Revolução Bolchevique de 1917, os artistas construtivistas ganharam poder político e isso causou um desacordo entre aqueles interessados numa arte pessoal e aqueles ocupados em fazer um design utilitário para as massas. Por essa razão alguns deles como Naum Gabo, Pevsner, o pintor Vassily Kandinsky e outros deixaram a União Soviética; alguns foram para a Alemanha, para a escola Bauhaus de arte e design, assegurando a expansão dos princípios do Construtivismo através da Europa e mais tarde nos Estados Unidos.

O Construtivismo marcou o início de uma nova era. Em 1925, o Comitê Central do Partido Comunista saiu contra a abstração; em 1932 todos os grupos culturais foram dispersados, e em 1934 um novo estilo de propaganda do realismo social se tornou a única abordagem artística oficial da União Soviética.

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